GINJASUN - A BEBIDA DE VERÃO
Neste verão experimente refrescar-se com GinjaSun, uma bebida muito fácil de fazer e que irá surpreender todos os amigos.
RECEITA:
- 50ml Ginjinha Franciscana
- 200ml água tónica
- Gelo picado ou em pedra a gosto
- 2 folhas de hortelã
- 1 casca de laranja (opcional)
Mexa tudo e ... refresque-se neste tempo quente !
Visita à Quinta dos Ribeiros
“Feche os olhos e sinta um outro Alentejo”
Ao entrar na Quinta dos Ribeiros, feche os olhos.
Inspire fundo.
Sinta o cheiro adocicado do pomar, escute o vento a soprar ao longe nas parras das videiras e deixe-se tentar por grandes passeios nas planícies douradas pelo sol, ou, simplesmente, pense em descansar sentado sob a sombra de um velho carvalho.
Ouça os pardais que chilreiam nas copas das árvores e descanse. Chegou ao Alentejo, terra de tranquilidade e hospitalidade.
E foi com este mote que chegámos à Quinta dos Ribeiros na vila de Alpalhão, concelho de Nisa, e sentimo-nos verdadeiramente em casa. Fomos recebidos pelo anfitrião Pedro Bello Moraes que nos fez uma visita guiada, num dos poucos dias em que não estava dedicado a receber os hóspedes desta unidade hoteleira. Este lugar foi há muito anos uma quinta com casa de família que se transformou num lugar verdadeiramente edílico e ideal para passar umas temporadas. Pedro, pertencente à família, com raízes alentejanas e licenciado na área do Turismo e Hotelaria, um dia trocou Lisboa para se dedicar de corpo e alma a este projeto hoteleiro no Alentejo.
A Quinta dos Ribeiros é um alojamento familiar e despretensioso onde quem chega fica com a sensação que chega à sua casa de campo. Durante a estadia é possível que os hóspedes se cruzem com vários animais como galinhas, patos, cabras, burros ou póneis que tornam a estadia, sobretudo das crianças, um verdadeiro deleite. A produção de azeitona e a criação de ovelhas são outros negócios complementares da quinta.
Fomos andando pela quinta e o Pedro foi-nos contando que existe uma forte preocupação e respeito pelo meio ambiente, desde a escolha das lâmpadas economizadoras, a quinta é aquecida com lenha que provém da limpeza das árvores, reciclam e fazem uma triagem rigorosa ao lixo, só se utilizam fertilizantes naturais e as culturas são 100% biológicas, bem como a alimentação dos animais da quinta.
Este alojamento dispõe de 5 suites familiares, com a possibilidade de pequeno almoço e acesso às áreas comuns como a sala de estar, cozinha e sala de refeições. São espaços amplos e muito confortáveis, como tivemos oportunidade de visitar.
Existe um edifício principal na propriedade, apelidado há vários anos de “casa mãe”, é uma casa de família do final do século XIX convertida em unidade de alojamento com capacidade para pequenos grupos de cerca de 15 pessoas. Dispõe de 4 quartos de casal com casa de banho, uma suite familiar, um quarto de serviço e áreas comuns espaçosas tais como uma sala de estar, sala de jantar, cozinha e zona exterior exclusiva para refeições com grelhador.
O local ideal para umas férias familiares inesquecíveis em plena comunhão com a natureza, onde os amiguinhos de 4 patas são bem-vindos. A escapadinha que não vai querer perder em pleno coração do Alto Alentejo, cuja localização lhe permitirá visitar, com a maior das facilidades, todos os locais mais emblemáticos desta região. A equipa da Quinta dos Ribeiros espera por si!
Contactos:
Quinta dos Ribeiros
Estrada Nacional 245 Km 8
6050-048 Alpalhão
Tel. +351 961444039
Email: info@quintadosribeiros.com
À conversa com Fábio Belo
Numa tarde de primavera solarenga, estivemos à conversa com Fábio Belo, coach certificado de nutrição e blogger influencer, oriundo da bonita vila alentejana de Alpalhão, situada no concelho de Nisa. O Fábio, de apenas 27 anos, é já hoje uma referência na sua área e conta com diversos seguidores, que procuram, através do seu trabalho, encontrar soluções para traçar objetivos.
DF: Já percebemos que é um apaixonado por comida, de onde vem esta paixão?
FB: Desde sempre que sou um apaixonado por comida. Gosto de comer, adoro cozinhar e testar/criar receitas.
DF: Da paixão à nutrição. Que passos deu até chegar aqui?
FB: Sou formado em jornalismo e comunicação. Trabalhei como jornalista e coordenador de conteúdos de um jornal regional e cheguei a ter a minha própria revista mensal. Em agosto de 2018 decidi deixar o jornalismo. Estava certo que queria comunicar, mas não através do jornalismo. Em setembro de 2018 criei o meu blog e nunca mais parei de comunicar através do blog e das minhas redes sociais. Partilho diariamente conteúdos de culinária, com destaque para as receitas simples e saudáveis.
DF: Houve alguém responsável que tenha dado uma ajudinha ou tenha servido de inspiração para ingressar esta área?
FB: Não. Quando deixei o jornalismo estava certo do que queria fazer e como fazer.
DF: O seu sucesso é já uma realidade, foi difícil chegar aqui?
FB: Costumo dizer muitas vezes que o sucesso trabalha-se e não acontece de um dia para o outro. Se formos coerentes, consistentes e se formos nós próprios conseguiremos atingir os nossos objetivos.
DF: O facto de estarmos no Alentejo interior alguma vez lhe criou algum tipo de obstáculo?
FB: Não.
DF: Recentemente começou a fazer parte da TVI Player, o que podemos esperar do Fábio Belo nesta nova etapa?
FB: Todas as semanas haverá novos episódios de culinária, com receitas saudáveis, menos saudáveis e até receitas tradicionais. Também me poderão encontrar no portal IOL da TVI com receitas.
DF: Tivemos a oportunidade de comprar o seu livro – Alpalhão Receitas com Tradição, que vai já na 2ª edição. O que o inspirou para este lançamento?
FB: A nossa gastronomia é muito rica, saborosa, tradicional e diversificada. Tal, como disse no dia do lançamento “este livro foi um verdadeiro desafio”. Estava planeado para estar pronto em três meses e demorou nove meses a ver a luz do dia. É um projeto concretizado e de que me orgulho muito.
DF: Numa zona como a nossa, riquíssima em matérias-primas de elevada qualidade, é difícil “fechar a boca”?
FB: Para mim não. Não sou fundamentalista e acho que há um dia por semana em que devemos comer tudo o que queremos, nos outros dias sou muito disciplinado.
DF: Ao longo destes anos de trabalho já ajudou muita gente a atingir objetivos?
FB: Ajudei algumas pessoas….Nas sessões de coaching dou as ferramentas necessárias para se adotar um estilo de vida mais saudável, depois só depende de cada um ter a motivação certa para mudar.
DF: Qual foi o agradecimento, por parte dos seus seguidores, que mais o tocou neste percurso?
FB: Foram vários. Porém, destaco o lançamento do livro “Alpalhão, Receitas com Tradição” que foi lançado num sábado e na segunda-feira estava esgotado. É um sinal que as pessoas gostam daquilo que faço e vejo isso como uma forma maior de agradecimento.
DF: E o que podemos esperar para o futuro em termos profissionais, algum segredo ainda por revelar?
FB: Neste momento estou focado nos novos projetos que tenho em mãos e…claro que há sempre segredos por revelar.
Para quem tiver interesse em adquirir o livro “Alpalhão, Receitas com Tradição, poderá fazê-lo através da página de Facebook do Fábio Belo.
Picnic com Pedro Capão
Estivemos à conversa com Pedro Capão, fundador da empresa TOOBRAA, durante um picnic, uma das muitas actividades promovidas por esta empresa de animação turística.
Esta empresa é parceira da Despensa Franciscana desde o primeiro dia, reiterando que as boas parcerias são excelentes fontes de partilha e de ajuda entre todas as partes envolvidas.
DF: Pedro como é que tudo começou e de onde nasceu a ideia de criar uma empresa de animação turística no Alto Alentejo?
PC: Olá a todos! Antes de mais, um agradecimento especial à Despensa Franciscana pelo convite para esta entrevista, dando hipóteses a mais gente de conhecer o nosso trabalho. Bem, respondendo à tua pergunta, em Outubro de 2019 decidi regressar ao Alto Alentejo depois de 10 anos a trabalhar em Évora e Lisboa. A ideia era criar o meu próprio emprego, utilizando todo o know-how que adquiri ao longo dos anos em prol da região e do Turismo, as minhas grandes paixões profissionais. Pensei em vários negócios, um alojamento local, um pequeno restaurante e por fim, uma empresa de animação turística. Após um estudo de mercado exaustivo, a animação turística prevaleceu e foi aí que avancei com tudo (falamos de Dezembro 2019 /Janeiro de 2020). O Alto Alentejo é ainda um “diamante em bruto”, no que diz respeito ao turismo, e as oportunidades são vastas para quem decidir arriscar e apostar num produto diferenciado nesta área. Com os devidos apoios e também com uma mentalidade certa, a TOOBRAA nasce para servir todo o Alto Alentejo.
DF: E quais os passos que deste para chegar até aqui ou o teu percurso de vida?
PC: Desde 2002 que estou ligado ao Turismo e à Restauração quando iniciei a minha formação na Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa. Passei por vários restaurantes e hotéis nacionais (Altis Grand Hotel, Hotel Mundial, CS São Rafael, Convento do Espinheiro, Convento d’Alter, Myriad by SANA, Chiado16, Santiago de Alfama, entre outros.) onde tive oportunidade de aprender com os melhores do ramo. No Convento do Espinheiro tive a grande oportunidade de me iniciar nas visitas guiadas dentro do Hotel e também na informação turística aos clientes como Guest Relations o que me fortaleceu no contacto com o cliente. Sou um falador nato e um contador de estórias e, acima de tudo, adoro as minhas raízes e aquilo que faço. Todos os dias aprendo algo novo com os parceiros, com os locais e clientes e isso mantém este projecto em funcionamento e em constante evolução.
DF: Enquanto empresário sentiste alguma dificuldade por te estabeleceres no interior?
PC: A criação de um negócio requer sempre algum risco e também uma pequena dose de loucura da nossa parte. Estabelecer o mesmo no Alto Alentejo até foi fácil, no entanto, senti e ainda sinto alguma apreensão por parte de algumas entidades publicas e até privadas em apoiar algo (turismo) que será o futuro desta região. Houve também um impacto inicial com o nosso modus operandi, visto que este era muito diferente daquilo a que todos estavam habituados…o nosso ritmo, ideias e vontade de fazer algo pela região (e pela animação turística) chocou contra algumas mentalidades que julgo já se terem convertido e que hoje acreditam no nosso projecto. Fizemos, e ainda estamos a fazer, um trabalho de fundo com todos os agentes turísticos e empresários com quem colaboramos de modo a estarmos todos alinhados no mesmo objectivo, o sucesso conjunto dos nossos negócios, o crescimento do turismo de qualidade na região e a satisfação do cliente final.
DF: Que tipo de experiências tens para oferecer aos clientes?
PC: Nós tentamos sempre conhecer o nosso cliente primeiro (quando é possível) de modo a construirmos uma experiência que supere sempre as suas expectativas. No entanto, como empresa ligada ao mundo rural, à natureza e às tradições, temos actividades que possibilitam ao cliente meter literalmente a mão na massa como é o caso do nosso workshop de Olaria Tradicional, a apanha de produtos silvestres e micológicos (como é o caso da túbera, a inspiração para o nome da nossa marca), workshop de Pão Alentejano em forno de lenha ou um workshop de sabonetes naturais. Fazemos também várias visitas temáticas no nosso 4x4, sendo as mais solicitadas as que passam nas Cascatas de São Mamede, na Judiaria de Castelo de Vide ou a nossa imersão megalítica ou medieval em diferentes Municípios. Quanto a actividades gastronómicas e vínicas, os nossos piqueniques, em parceria com a Despensa Franciscana, são um ex-líbris regional e as visitas às Adegas indispensáveis. Dispomos também de alguns passeios de BTT para famílias ou grupos, passeios de balão de ar quente, caminhadas várias e diversas actividades com parceiros regionais que manterão os turistas da região animados durante a sua estadia.
DF: Como defines a tua empresa?
PC: Com o intuito de não ser apenas um negócio puro e duro, a nossa empresa tem também uma responsabilidade e visão social, promotora e formativa muito vincada no seu ADN, com o objectivo de não deixar cair no esquecimento algumas tradições seculares da região como é o caso da olaria de Flor da Rosa, a apanha da túbera ou a produção de pão tradicional alentejano em forno de lenha. Somos uma empresa que pretende deixar a sua marca no Alto Alentejo, ajudando ao crescimento gradual do turismo de qualidade e de proximidade com o verdadeiro património da região, as pessoas.
DF: Estabelecer parcerias, como foi o caso da Despensa Franciscana, é importante para o teu tipo de negócio?
PC: Como já disse anteriormente, aprendemos todos os dias com os nossos parceiros e, como tal, a criação destas parcerias é factor chave para o sucesso dos nossos negócios. Felizmente, as mentalidades vão-se alterando e as parcerias sendo mais dinâmicas e reais, possibilitando ao cliente final uma experiência mais abrangente e de grande qualidade. Com a Despensa Franciscana temos feito trabalhos fantásticos no que diz respeito às ofertas gastronómicas e piqueniques que realizamos na região, uma aposta de sucesso que desejamos manter e aprimorar.
DF: E o que podemos esperar para o futuro através da empresa TOOBRAA?
PC: Dadas as circunstâncias e conjuntura actuais, o futuro ainda é incerto a nível mundial. No entanto, manteremos a mesma linha de pensamento sustentável e virado para as gentes e tradições locais com vista ao desenvolvimento turístico regional. Quanto aos objetivos, desejamos ser a maior e melhor empresa de animação turística do Alto Alentejo nos próximos 5 anos.
Artesanato na Vila de Nisa
Chegados à Porta da Vila de Nisa (monumento nacional) damos de caras com a Loja de Artesanato da Preciosa Dias.
Alentejana, nascida em Nisa, foi para Lisboa nos anos 90 estudar para a universidade e, como a maioria das pessoas, deixou-se ficar pela capital onde preferiu abraçar uma carreira profissional. Licenciada em Serviço Social e Ciências da Educação, trabalhou no ramo da sua formação académica durante largos anos. No período da troika (2011 a 2014) viu-se forçada a regressar às suas origens por falta de oportunidade de trabalho em Lisboa.
No seu regresso, Preciosa dedicou-se às atividades artesanais na área da doçaria conventual e dos trabalhos manuais, valências que sempre lhe interessaram desde criança, e que nunca esqueceu, sempre dedicando alguma atenção apesar das suas actividades em Lisboa não lhe deixarem tanto tempo quanto desejaria. Em 2017 começou a participar em feiras de artesanato e eventos turísticos dando início divulgação dos seus produtos. Em 2021 viu realizado mais um antigo projeto com a abertura de uma loja de artesanato no centro histórico de Nisa, junto a famosa rua de Santa Maria, rua calcetada e inspirada na olaria tradicional de Nisa. Ainda em 2021 viu os seus rebuçados de ovo serem premiados com uma medalha de ouro no 10º Concurso Nacional de Doçaria Conventual Tradicional Portuguesa. Esta iguaria é um doce conventual com origem no convento de Santa Clara em Portalegre e conta com uma história de mais de 300 anos. Provámos os famosos Rebuçados da Preciosa e ficámos encantados com o sabor e textura que por momentos nos elevam o estado de espirito para outra dimensão do paladar.
Na Despensa Franciscana temos à sua disposição os rebuçados premiados bem como algumas peças exclusivas das suas artes manuais.
Faça uma visita à nossa loja on-line, Despensa Franciscana, na secção das Artes.
Contactos:
Loja de Artesanato de Preciosa Dias
Largo Dr. António José de Almeida, 16
6050 Nisa
E-mail: rebucadodeovo.bombomconventual@gmail.com
Requeijão de Forno
- 1 Requeijão
- 3 Ovos
- 125gr de Açúcar
- 2 Colheres de sopa de farinha
- 1/4 de Leite
- Canela q.b
- Raspa de laranja q.b.
Modo de Preparação:
Misturam-se os ingredientes muito bem, polvilha-se o produto final com canela, coloca-se num tabuleiro preferencialmente de barro e vai ao forno.
Aconselhamos acompanhar com uma ginjinha Franciscana, para ajudar a digestão.
Páscoa à mesa em Vale do Peso
A tradição de um povo ou de uma região é construída ao longo dos séculos e o Alentejo, não sendo excepção, também tem as suas tradições e, na sua maioria, comuns em todo o seu vasto território.
A Páscoa tem vindo a ser cada vez mais festejada por todo o Alentejo, ultrapassando, por vezes, as celebrações do Natal.
No que respeita às suas tradições gastronómicas no período da Páscoa, existe um padrão comum que nos identifica, referimo-nos a utilização da carne de borrego ou de cabrito, sendo esta menos utilizada. Daqui resulta a elaboração de diversos pratos, confecionados de variadas maneiras, mas muito ao gosto do paladar dos alentejanos.
Porém, neste contexto pascal não poderemos esquecer que o cumprimento das tradições religiosas. A abstinência de carne é um hábito ancestral na quinta e sexta feira santas, dias em que a carne é banida das ementas das famílias alentejanas, privilegiando-se nestes dois dias o consumo de peixe (alhada de cação, bacalhau ou peixe frito). Após este jejum segue-se o sábado, também conhecido por Sábado de Aleluia, e o Domingo de Páscoa, sendo nestes dois dias que a gastronomia à base de carne de borrego surge no seu máximo esplendor.
Os pratos mais típicos em Vale do Peso são:
- Sopas de sabarrulho, também chamadas de sopas de sarapatel;
- Ensopado de borrego, que antigamente em Vale do Peso se designava por "carne fresca", acompanhado com batata cozida no próprio molho;
- Borrego, ou cabrito, assado no forno acompanhado com batatinhas assadas.
Naturalmente que estes pratos, tão ao gosto do paladar alentejano, são sempre bem regados com vinho alentejano e, para finalizar a refeição, vêm os doces tradicionais:
- Bolo de festa ou Bolo finto;
- Boleima e Requeijão de forno, à base de requeijão, ovos, farinha, leite, açúcar, canela e raspa de laranja. Uma verdadeira delícia.
E… se me permitem, aconselho uma ginjinha Franciscana, para ajudar a digestão.
Espaço FAGO, em Marvão
Fomos até Marvão conhecer o espaço Fago, um projeto que começou de forma completamente inesperada. O Diogo, um dos proprietários do espaço, antes de ser o chef José Diogo Branco, era estudante de medicina em Coimbra. Tinha uma grande paixão pelo que fazia, adorava ajudar as pessoas, mas…sentia que não estava satisfeito e que precisava de uma mudança na sua vida. Foi aí que, em 2016, o Diogo decidiu mudar-se para Marvão e trocar os Hospitais da Universidade de Coimbra pela Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre, tendo frequentado o curso de Gestão e Produção de Cozinha. Podemos dizer que foi uma verdadeira mudança, da medicina para os “tachos”. Durante o curso e, por sua iniciativa, o Diogo fez o estágio de final de curso no 108, restaurante do grupo do Noma, em Copenhaga, liderado pelo chef René Redzepi. Depois disso, trabalhou uma temporada com o chef Thorsten Gillert, em Hamburgo e voltou a Marvão.
Daniel, o outro proprietário do espaço Fago, também estudou em Coimbra, tendo concluído o mestrado em Estudos Artísticos. Inicialmente, desenvolveu trabalhos mais ligados à área empresarial que ao mundo artístico. Disse-nos que dividia a sua actividade de director comercial com algumas contribuições pontuais para publicações na área da crítica teatral e cinematográfica. Após o surgimento da crise financeira, já em 2013, decidiu voltar a Marvão e dedicou-se a reconstruir a sua casa de família na aldeia de Galegos, transformando-a na Casa dos Galegos, um alojamento local perto de Marvão e junto à fronteira com Espanha.
Neste regresso de ambos a Marvão, desafiaram uma amiga que também se tinha mudado para lá há pouco tempo e que estava a construir um projecto de alojamento também localizado na aldeia de Galegos. Foi então que em 2018, na casa da amiga Carla, criaram o Clube Gastronómico dos Galegos. A ideia era, de modo informal, convidar alguns amigos para se juntarem à mesa, com eles, aos fins de semana. Passado pouco tempo, ainda nesse ano de 2018, já na Casa dos Galegos, começaram a organizar jantares temáticos, numa primeira série a que chamaram de "Petiscos Pedidos", um trocadilho com as famosas rubricas de discos pedidos das rádios. A ideia era que as pessoas se inscrevessem nos jantares e escolhessem um prato ou um ingrediente de que gostassem muito ou que de alguma forma as marcasse. Então, o Diogo construía um menu ao estilo "seven course meal", procurando integrar todos estes pedidos de modo a que todos os convidados pudessem partilhar esta experiência gastronómica em conjunto.
O tempo foi passando, os convidados foram-se tornando amigos e clientes regulares e, com tudo isto, aumentou a frequência destes jantares. Depois dos "Petiscos Pedidos", passaram a uma segunda série, chamada de "Isto não é...", inspirada em "A traição das Imagens" ("Ceci n'est pas une pipe"), do pintor surrealista René Magritte, e nas viagens que foram fazendo: Abu Dhabi, Espanha, Inglaterra, Itália, França... a ideia era propor menus que fossem uma mini-viagem a estes destinos gastronómicos, sem sair das mesas da pequena sala de uma das casas de hóspedes da Casa dos Galegos, que preparavam para, a cada serão, dar as boas-vindas a um máximo de 16 convidados.
Em Março de 2020, viram-se obrigados a parar as “séries” por causa do surgimento da pandemia. Reinventaram-se e, uma vez que as pessoas já não podiam ir ter com eles, pensaram numa forma de levar o fago até elas! Assim, passaram para uma terceira série e para uma terceira fase: o "Tudo isto é fago - ENTREGAS E TAKEAWAY". Nesta fase as pessoas estavam confinadas nas suas casas e muitas se habituaram a receber o Fago a cada semana.
Depois desta fase, começaram seriamente a pensar em abrir o próprio espaço Fago permanente, sob a forma de restaurante, em Marvão. Da ideia, surgiu o espaço, onde dedicaram o restante tempo da pandemia e os sucessivos confinamentos, para fazer as obras. Este projeto abriu portas em Outubro de 2021, tem semelhanças com a Casa dos Galegos, na medida em que recebem as pessoas como se fosse a própria sala de jantar. Existe uma enorme vontade de continuar a explorar todas as possibilidades gastronómicas com os ingredientes locais e sazonais, fazer as pessoas felizes, com simplicidade e criatividade. Criaram um espaço que os próprios gostariam de frequentar, sem ter que sair de Marvão. Um espaço para todos, sem formalidades nem tempo contado, onde as pessoas e os ingredientes da melhor qualidade possível, são os protagonistas.
A Despensa Franciscana foi visitar este local e, como não podia deixar de ser, foi como chegar a casa e ter a oportunidade de sentir a arte de bem receber dos anfitriões, com uma simpatia extrema, onde as gargalhadas fizeram parte da refeição. Cada prato é uma verdadeira descoberta para os sentidos, onde é impossível ficar indiferente a todas as experiências. No final de cada refeição, os clientes têm a oportunidade de provar uma Ginjinha Franciscana.
As propostas de menu vão mudando com frequência, de acordo com a sazonalidade e disponibilidade dos produtos, e podem ser consultadas no site do Fago. Não deixem de visitar este local bem no centro de Marvão. O Daniel, o Diogo, a Sara e a Maria esperam por si.
Contactos:
Travessa da Praça 2A
7330-124 Marvão
Tel. 245 089 057
Email para reservas: fago@fagomarvao.com
Herdade do Gamito
A Herdade do Gamito está situada no Alto Alentejo, a 4km da histórica e bonita vila do Crato. A Herdade do Gamito situa-se no meio de uma deslumbrante paisagem, com 27 hectares de vinha a perder de vista.
Este projeto foi iniciado por uma antiga e tradicional família muito conhecida, com raízes centenárias na nossa região. De muitos sonhos e histórias se construiu esta herdade e sobretudo de muita persistência do proprietário na arte de fazer vinho, primeiro de forma artesanal e mais tarde adaptando-se às exigências da enologia moderna.
Assim nasceram os vinhos da Herdade do Gamito, produzidos com alma e paixão, as características bem presentes nestes vinhos de elevada qualidade.
Fomos visitar a Herdade do Gamito e estivemos à conversa com o Eng. Marcos Vieira, enólogo da casa há quase 20 anos, que nos explicou que existe uma preocupação constante na valorização do trabalho e no recurso às tecnologias mais modernas, nunca perdendo o foco de aliar a produção a tradição, oferecendo, por isso, uma gama de vinhos de elevada qualidade. Os vinhos são produzidos exclusivamente com as uvas da herdade, o que facilita o trabalho e a sustentabilidade da actividade.
A vinha da herdade foi plantada em três fases: a primeira em 2001 (10 hectares), a segunda em 2003 (14 hectares) e mais recentemente 3 hectares, totalizando os 27 hectares. As castas predominantes, escolhidas de acordo com o terroir, são o aragonez, trincadeira, alicante bouschet, syrah, merlot, cabernet sauvignon, verdelho, arinto e alvarinho. O solo da vinha é predominantemente granítico, bem drenado e com declives suaves. As castas estão orientadas de acordo com a topografia, por forma a potenciar ao máximo as suas propriedades.
A adega da propriedade está situada junto à vinha, numa depressão geológica, cuja construção foi pensada de modo a permitir a entrada das uvas pela parte superior e vinificar por ação da gravidade, evitando a necessidade de utilização de bombas.
As referências de vinhos disponíveis nesta adega são:
- Terras do Crato Branco/Tinto/Rosé
- Gamito Verdelho/Syrah/Caberbet Sauvignon/Alicante Bouschet
- Herdade do Gamito Branco/Tinto
- Herdade do Gamito Reserva
- Bag in Box Melro Branco/Tinto 3lts
- Bag in Box Hospitalários Branco/Tinto 5lts
Durante a nossa visita provámos uma monocasta, Gamito Cabernet Sauvignon, um ótimo vinho para acompanhar uma boa conversa de fim de tarde.
A Herdade do Gamito possui ainda um alojamento de turismo rural, composto por casas rústicas devidamente equipadas para tornar a experiência no Alto Alentejo inesquecível. Existe ainda a possibilidade de os hóspedes andarem a pé ou de bicicleta pela herdade, aproveitando o ar puro e as paisagens deslumbrantes.
Poderão explorar os vinhos da Herdade do Gamito no nosso site da Despensa Franciscana e nós enviamos para onde quiser. Se pretender fazer uma visita a este local edílico, fazer uma prova de vinhos ou até uma degustação de produtos regionais, a Despensa Franciscana, juntamente com os seus parceiros, poderá tratar de toda a organização. Junte um grupo de amigos ou familiares e rume até ao Alto Alentejo, esperamos por si para lhe proporcionar momentos de verdadeiro lazer e uma visita à Herdade do Gamito será uma experiência memorável.
Contactos:
Herdade do Gamito
Apartado 9
7430-909 Crato
Tel. 245 990 237
Email: geral@herdadedogamito.com
Restaurante Páteo Real
Fomos até à bonita vila de Alter do Chão, fazer uma visita ao Chef Filipe Ramalho, responsável pelo projecto do restaurante Páteo Real.
O nosso Chef Alentejano, de Vaiamonte, dispensa quaisquer apresentações, pois tem tido um percurso de vida que o tem projectado para o mundo da gastronomia de uma forma invejável, tendo sido galardoado por diversas vezes pelo seu trabalho.
Destaca-se a passagem do Filipe por terras alfacinhas, no reconhecido espaço 100 maneiras do Chef Ljubomir Stanisic e, mais tarde, como Chef do Restaurante Basilii do emblemático Torre de Palma Wine Hotel em Monforte.
A identidade da cozinha de autor do Filipe Ramalho é o da tradição alentejana renovada, mas sempre de uma forma reconhecível, acentuada com os diversos sabores alentejanos. Existe uma preocupação eminente na sustentabilidade e sazonalidade das matérias-primas, que se reflecte em tudo o que leva à mesa!
Na nossa visita fomos surpreendidos com a rainha do Páteo, a tarte de farinheira com pêra bêbada, o prato mais procurado pelos clientes. Foi um verdadeiro deleite para os sentidos e uma degustação de misturas muito bem conseguido.
Foi para a Despensa Franciscana um prazer conhecer o Filipe, para além da simpatia com que nos brindou, percebemos que é uma pessoa com uma sensibilidade muito particular e tem o Alentejo no seu ADN. Tem uma enorme capacidade de dar um “toque de Midas” e transformar tudo aquilo em que toca em resultados absolutamente fantásticos.
Conhecer o Filipe foi uma inspiração e acreditamos que continuará a ser uma referência nacional e internacional da nossa gastronomia.
Recomendamos uma visita ao Restaurante Páteo Real em Alter do Chão e, ainda, terá a oportunidade de adquirir uma Ginjinha Franciscana!
Contactos:
Avenida Dr. João Pestana, 37
7440-013 Alter do Chão
Tel. 960 155 363
Email para reservas: reservas@pateoreal.pt