Estivemos em pleno coração da Serra de S. Mamede, em S. Julião, e acompanhámos uma manhã de apanha de castanhas com a Tânia Militão, que há muitos anos tem este “passatempo” sazonal.
A orientação noroeste-sudeste que caracteriza o conjunto montanhoso da Serra de S. Mamede permite-lhe usufruir de uma diversidade florística inigualável.
Para além da singular paisagem que fascina quem por lá se aventura, esta imponente serra presenteia-nos com um clima quente e seco nas encostas voltadas a sudoeste e um clima mais fresco e húmido nas encostas orientadas para nordeste – o clima tipicamente conhecido por mediterrânico.
Sendo o castanheiro uma árvore de meia luz, facilmente adaptável a diversos tipos de clima (preferindo, ainda assim os climas húmidos, luminosos e não demasiado rigorosos) esta foi, por muitos séculos, uma das principais fontes de alimento das famílias da região sendo que, ainda hoje, representa um importante papel na economia local: gerador de emprego sazonal, eventos gastronómicos, culturais e eco-turismo.
Os castanheiros da Serra de S. Mamede apreciam verões quentes, outonos chuvosos, invernos frios e solos ligeiramente ácidos, resultantes do xisto das serras.
Repousam, imponentes, com copas a rondar os 20-30 metros de altura, lado a lado com o rio Xévora que os nutre e alimenta com as suas águas puras e cristalinas, durante todo o ano.
Água, calor e solo serrano, apenas isso e nada mais.
Assim nasce o fruto dos frutos. Rainha dos outonos e princesa dos serões das famílias.
Como explicou Tânia Militão, “A nossa castanha tem um aporte de minerais que apenas a conjugação de clima-solo da Serra de São Mamede lhes confere. Rica em vitamina C, potássio, fósforo e ácido fólico, esta é, sem dúvida, a nossa maior aliada nos meses frios de Inverno. Apanhadas manualmente, uma a uma, respeitando o ciclo do castanheiro e da maturação do seu fruto, assim se consegue uma castanha única em sabor e em qualidade. Assim são, as castanhas da Serra de S. Mamede.”