Numa tarde de outono ainda solarenga, fomos ao encontro do escritor e radialista César Azeitona, uma figura muito acarinhada e popular na região do Alentejo, pois para além de passar a sua boa disposição através dos microfones da Rádio Portalegre, tem ainda tempo para ser escritor e vai já no 4º volume da sua coletânea “Gentes das Gentes – Histórias de vida”. Conheça um pouco melhor da biografia do autor através da nossa entrevista.
DF: O César Azeitona para muitos despensa apresentações. Para quem não o conhece o que nos pode falar de si e das suas origens?
CA: Antes de mais, Susana Matos, agradeço a sua atenção em querer saber mais deste rapazinho. Bem, o César Azeitona, é natural de Portalegre! As minhas origens são deste Alentejano Serrano, nas pesquisas da minha árvore genealógica, pelo menos até 1700, todos os meus antepassados eram do concelho de Portalegre. Somos gente humilde, tentamos dentro da nossa simplicidade, ter boas práticas na relação com as outras pessoas – respeitar e sermos respeitados pelos nossos valores!
DF: A maioria das pessoas conhece-o através da Rádio Portalegre enquanto radialista. Este foi sempre o seu sonho?
CA: Curiosamente sim, sempre foi o que pretendi. Recordo-me ainda nos anos 70 do século passado, quando a minha avó Clara (pessoa à frente no tempo) me colocava a gravar e eu achava aquilo fascinante. Era música para os meus ouvidos, no final dos anos 80, quando começavam a surgir as rádios de proximidade, o tal “click” chamava por mim e sempre foi o que pretendi. Cresci aprendendo com o improviso e a entender o que é esta ferramenta da COMUNICAÇÃO.
DF: Há quantos anos é radialista?
CA: Eu perco-me no tempo quando me colocam essa questão. Sei que fazia rádio (com um mini transmissor) com os meus amigos na adolescência, mas comecei devia ter uns 16 anos a colaborar num programa aqui na rádio onde hoje trabalho, na Rádio Portalegre. Com paragens e permanência, tenho mais de 25 anos de ação radiofónica.
DF: Trabalhou noutros meios de comunicação?
CA: Sim trabalhei em publicidade e Marketing, que é uma das minhas paixões, sabe Suzana Matos, a criatividade é uma das formas de chamar a atenção e assim alcançar os nossos objetivos!
DF: Como e quando surgiu a oportunidade, durante o seu percurso na rádio, de lançar o 1º volume de uma coletânea dedicada às Gentes e Tradições?
CA: Este projeto Gentes da Gente “histórias de vida”, nasceu um dia, quando me encontrava à mesa. Existia um espaço que não estava a ser nobre e surgiu a oportunidade de valorizar a nossa maior riqueza e assim nasceu o Gentes da Gente. Este programa foi para o ar em 2 de Junho de 2012 com o Canastreiro Manuel Frutuoso. A ideia dos livros nos primeiros momentos não faziam muito sentido na minha cabeça, mas a minha esposa, incentivou-se e tinha razão! Ter as histórias em livro seria uma forma de ter essas maravilhosas pessoas vivas para as gerações entenderem como era a vida no Alto Alentejo nos séculos XX e XXI.
DF: Qual é o seu principal objetivo quando escreve estas histórias sobre as Gentes da Gente?
CA: O principal objetivo destas histórias é engrandecer esta gente do Distrito de Portalegre. Estas pessoas são o nosso maior património e as que são entrevistadas alcançam um dos momentos altos da sua vida que é estar num livro. Nem todas as pessoas vão ter a oportunidade de estar numa obra e o Gentes da Gente realiza SONHOS.
DF: Recentemente lançou o 4º volume e foi um enorme sucesso. Considera que a responsabilidade em lançar este tipo de histórias é cada vez maior?
CA: Sim a responsabilidade é cada vez maior, mas não nos podemos esquecer que a Rádio Portalegre, é um grande e importante órgão de comunicação social que ajuda a que se alcance os nossos objetivos. Esta responsabilidade é sim, cada vez mais, feita com mais maturidade.
DF: Para quando um 5º volume, já está na agenda?
CA: Não poderá demorar muito, até porque os próximos livros vão ser maiores, vão agregar mais histórias.
DF: Sabemos que é uma pessoa muito bem disposta por natureza, algo que herdou da família. Que mensagem gostaria de deixar aos nossos leitores da Despensa Franciscana?
CA: Eu costumo dizer, a brincar que “Fui feito a rir…”. A mensagem que deixo a todos é que nunca percam a humildade e que sejamos todos HUMANOS E QUE RESPEITEMOS OS OUTROS SERES VIVOS E A NOSSA CASA COMUM!
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