Restaurante – A Cabana

E foi na Cabana junto à praça principal de Arronches que ficámos rendidos às iguarias servidas pelo Chef Luís Figueira, proprietário do Restaurante a Cabana. Ao som de uma belíssima playlist de fados portugueses, demos início às hostilidades com uma entrada de presunto alentejano fatiado, acompanhado de um excelente pão regional e do vinho da casa. Logo se seguiram as bochechas de bacalhau ao bolhão pato em cama de pão alentejano torrado, as burras estufadas acompanhadas com batatas fritas crocantes e um misto de saladas verdes (dois dos pratos mais vendidos no restaurante) e ainda houve um espacinho para degustar uma deliciosa encharcada acompanhada de uma ginjinha Franciscana.

Este espaço abriu portas há 11 anos, com o Luís e a esposa Andreia, dois alentejanos, Luís natural de Arronches e a Andreia de S. Vicente. Estivemos numa conversa descontraída com este simpático casal, num ambiente desanuviado onde o tempo passou sem darmos por ele, ficámos a conhecer um pouco melhor deste local e ainda tivemos a oportunidade de escutar o Chef Luís a tocar o instrumento da casa, um belo jogo de pedrinhas!

DF: Como decidiram dar vida a este projeto?

LF: Decidimos criar um espaço diferente. Idealizámos um local onde se pode comer uns bons petiscos, ouvir boa música e conversar com os amigos. Sendo a ideia inicial fazer apenas tapas, mas nos últimos anos fomos obrigados a ir modificando o menu, devido a crises, pandemia e, mais recentemente, a guerra!

DF: Que passos deu até chegar à “Cabana”?

LF: Trabalhei na noite desde muito cedo (15/16 anos) e antes de tirar a licenciatura em turismo tive a intenção de abrir um bar em Arronches, mas acabei por vir trabalhar na área para outros durante algum tempo.  Após a minha licenciatura, ganhei experiência em alguns restaurantes e aos 27 anos decidi arrancar com a Cabana, juntamente com a Andreia.

DF: É um sonho antigo ou apareceu do acaso?

LF: Não foi um sonho desde sempre mas acabou por ganhar expressão nas experiências profissionais que tive ao longo da minha vida e virou um sonho do acaso.

DF: Qual é a sua grande fonte de inspiração para a elaboração dos pratos?

LF: A inspiração vem da minha família, sobretudo da minha da minha avó materna que não gostava muito de cozinhar, mas fazia muitas coisas irrepetíveis e extraordinariamente saborosas e, também, da minha mãe, que cozinha muito bem. Posso mesmo dizer que a grande inspiração surgiu das mulheres da minha família. Como observador, fui estando atento à preparação dos pratos e acabei por criar o gosto nesta área, adicionado o meu toque especial.

DF: Em relação ao menu, referiu que foram mudando ao longo dos tempos. Neste momento quais os pratos mais emblemáticos desta casa?

LF: Trabalhámos durante muito tempo com tapas e cocktails, mas com o tempo, fomos criando alguns pratos que fazem muita gente deslocar-se até aqui, fazendo muitos quilómetros. Destaco:

– As Burras, são as bochechas de porco, uma carne tenra e suculenta muito utilizada na culinária alentejana.

– O Wellington de bacalhau, um prato com lombos de bacalhau fresco.

– As verdadeiras carnes de porco preto

– A francesinha, que foi a nossa salvação durante a pandemia e que acabou por ficar. Não sendo um prato típico da região do alto Alentejo, conseguimos dar-lhe um toque com os nossos sabores regionais.

DF: O que nunca pode faltar na Cabana?

LF: Privilegiamos todos os produtos regionais, pelo nunca podem faltar as matérias-primas da nossa zona. Falo de enchidos, queijos, vinhos, cervejas artesanais, gins alentejanos e agora até temos uma nova ginjinha Franciscana para os nossos clientes. Gostamos de trabalhar com parceiros fixos e cujos produtos sejam de qualidade. Acreditamos que estas parcerias permitem uma maior fidelização dos nossos clientes ao nosso espaço.

DF: Existem projetos para o futuro?

LF: A nossa maior preocupação neste momento e nos que se avizinham, é manter a qualidade e continuar a receber pessoas de todo o mundo, que nos visitam por recomendação. Esse é o nosso grande objetivo hoje e amanhã, servir o melhor que sabemos e proporcionar um ambiente descontraído aos nossos clientes.

DF: Quer deixar alguma mensagem aos nossos leitores e seguidores da Despensa Franciscana?

LF: A nossa Cabana é um local onde são todos bem recebidos, para conhecer um pouco melhor da nossa gastronomia, histórias e tradições. Será um prazer recebê-los.


Restaurante a Cabana

R. de Olivença, 20

7340-019 Arronches


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